terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Natureza Morta (Sanxia Haoren) 2006

A velha cidade de Fengjie já está submersa, mas o seu novo bairro ainda não foi terminado. Há coisas a salvar e há coisas a deixar para trás... Han Saming, um mineiro, viaja para Fengjie para tentar encontrar a ex-mulher que não vê há 16 anos. Quando se encontram, nas margens do rio Yangtze, decidem voltar a casar-se. Também Shen Hong, uma enfermeira, viaja para Fengjie à procura do marido que não vê há dois anos. Abraçam-se em frente à barragem das Três Gargantas, mas apesar da dança, decidem separar-se.
Jia Zhang-Ke, é um dos realizadores mais proeminentes da chamada sexta geração do cinema chinês, e também um dos melhores realizadores do mundo neste século 21, dirige aqui brilhantemente um filme que combina documentário e fantasia, pintando uma imagem evocativa da China moderna, livre da propaganda tradicional chinesa, e independente do governo para mostrar que há um surto de alienação no país. Esta atitude política subversiva, levou a que o filme fosse banido no seu próprio país, mas bastante mostrado na Europa e nos Estados Unidos.
As duas histórias em cima sobre dificuldades pessoais e casamentos em ruptura dão ao realizador uma hipótese de observar o que se passa no coração da China industrial, e como a globalização e a renovação urbana vieram para a China, de modo que os telemóveis e outros bens ocidentais são apenas parte do quotidiano chinês, como também são do quotidiano de Los Angeles. Esta imagem do país demonstra que os problemas universais do progresso causam o deslocamento e deixam aqueles que não estão em posição de se ajustarem marginalizados da sociedade, e que a nova forma de capitalismo é tão dura como o sistema comunista. 
Ganhou o Leão de Ouro do festival de Veneza, em 2006. 

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1 comentário:

antonio disse...

Parabéns pelo blog, que me permitiu descobrir muitas coisas extraordinárias, como os filmes desse admirável diretor chinês, bem como rever uma infinidade de filmes que vi em minha mocidade.
Quanto a este filme especificamente, apenas um aspecto a lamentar, as legendas devem ter sido traduzidas do inglês pelo Google tradutor, e o resultado é horrível, ainda que não impeça de ver o filme. temos que ler as legendas, e em alguns casos, interpretar o que está escrito e aplicar ao filme.
No mais, agradeço imensamente pelo blog, e vida longa ao MTTM.